Fim de namoro civilizado...

Para não dizer frio.

- Bom dia.
- Bom dia. Fique a vontade. Deseja beber algo? Café, água?
- Sim, claro. Café.
- Diga-me, o que ocorreu para marcar um encontro tão cedo? Alguma saudade extraordinária?
- Não. Trata-se de um assunto delicado.
- Sendo assim, prossiga.
- Recebi uma proposta e vou me desligar de você…
- Hmm…
- E já conhecendo o seu perfil de negociação, prefiro não arriscar uma contraproposta.
- Entendo. Não posso oferecer muito e a competição é acirrada. É só você esquecer um aniversário-de-qualquer-coisa que já vem a concorrência prometer não somente lembrar, como também levar pra jantar.
- Está difícil pra todo mundo. Tive muita sorte em ficar com você, lembra? Aquela sua antiga pretendente era bem mais multidisciplinar…
- Isso é verdade, entendia de um tudo… O problema foi ela já querer que eu assinasse uns contratos que lhe davam direito a metade dos lucros… Inegociável. Mas então apareceu você, recém dispensada de um estágio mal-amado, inexperiente, com vontade de mostrar serviço, não pensei duas vezes.
- Isso eu não posso negar, mas meu foco mudou. Resolvi arriscar um sonho antigo e fiz os meus contatos. Conversamos e ele me ofereceu o dobro do que você me oferece.
- O dobro? Acho difícil alguém oferecer mais do que eu já ofereço, mas se você prefere assim… Poderia, antes de ir, porém, preencher esse formulário com sua opinião a respeito do meu desempenho, sua avaliação, críticas, sugestões, elogios. É uma forma que estou adotando para o auto-aperfeiçoamento.
- Lógico, por que não? Foi um prazer, enquanto pôde ser um, estar ao seu lado.
- O prazer foi meu. Desejo que encontre muito mais para onde você está indo.
- Muita gentileza da sua parte. Desejo o mesmo para você!
- Ah, outra coisa…
- Diga…
- Enquanto procuro outra… Pode cumprir trinta dias de aviso prévio?

Vi aqui.

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