Dia dos namorados II
Algumas pessoas mantém relações
para se sentirem integradas na sociedade,
para provarem a sí mesmas que são capazes de ser amadas,
para evitar a solidão,
por dinheiro ou por preguiça.
Todos fadados à frustração.
Uma armadilha.
Uma relação tem que servir para
você se sentir 100%
à vontade com outra pessoa,
à vontade para concordar com ela e discordar dela,
para ter sexo sem não-me-toques ou
para cair no sono logo após o jantar,
pregado.
Uma relação tem que servir
para você ter com quem ir
ao cinema de mãos dadas,
para ter alguém que instale o som novo,
enquanto você prepara uma omelete,
para ter alguém com quem viajar para um país distante,
para ter alguém com quem ficar em silêncio,
sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
Uma relação tem que servir para,
às vezes, estimular você
a se produzir, e,
quase sempre,
estimular você a ser do jeito que é,
de cara lavada uma pessoa bonita
a seu modo.
Uma relação tem que servir para
um e outro se sentirem amparados
nas suas inquietações,
para ensinar a confiar,
a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e
deve servir para fazer os dois se divertirem demais,
mesmo em casa,
principalmente em casa.
Uma relação tem que servir para
cobrir as despesas um do outro num momento de aperto,
e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia,
e cobrirem o corpo um do outro, quando o cobertor cair.
Uma relação tem que servir para
um acompanhar o outro no médico,
para um perdoar as fraquezas do outro,
para um abrir a garrafa de vinho e
para o outro abrir o jogo, e
para os dois abrirem-se para o mundo,
cientes de que o mundo
não se resume
aos dois.
Drauzio Varela
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Um comentário:
Falei sobre isso num post anterior ao atual no meu blogue. As cobranças sociais começam desde a infância, quando perguntam as crianças se tem namorado. Absurdo, não? Beijus
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